O mundo está longe de ser óbvio.
Mesmo sem suspeitar de estranhas conspirações de qualquer matiz ideológica, os
nexos e causações cotidianas e históricas exigem um esforço bastante grande do
observador e ainda mais do participante histórico. Fenômeno fácil de se
observar na observação de perspectiva histórica propriamente, ainda que sejamos
sempre tentados a analisar a história a luz dos conhecimentos inexistentes ou
desorganizados à época analisada para concluirmos que o universo é estúpido e
nós, gênios. Essa não é uma falha dos professores de História, ou de método...
em verdade é mais uma vaidade nossa de espezinhar os idos que não mais podem se
defender, brincando o presente de profetas do passado.
Obviedades não são trivialidades,
ainda que sejam em si, no linguajar tão comum às ciências exatas, triviais.
(Note o leitor que nada que é trivial em Física ou Matemática é uma
trivialidade, mas seu exato oposto, sendo a pedra angular de conhecimentos que
erguem uma catedral sobre si). O deslinde desses nossos hábitos tão caros de
vaidade exige tenacidade e, mais do que tudo, perspectiva.