quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Pronunciamento por ocasião das colações de Grau Cuité e Campina Grande - 2015.1


Confesso que não gosto muito de repetir o mesmo discurso em mais de uma colação de grau, procurando mostrar ao público presente que houve cuidado e atenção com os presentes para dirigir um pensamento que lhes é particular.

Contudo devemos reconhecer que, às vezes, a mensagem que se quer dar é de fato uma mensagem pública idêntica à mais de um público. Sem dúvida esse foi o caso, é uma mensagem para todos os campi exatamente porque é uma mensagem de unidade. Para registro, um discurso desse tamanho é um discurso de 10 min.

Muito frequentemente, nessas cerimônias, não fica claro qual é o público para o qual falamos. Temos aqui, em júbilo, os alunos concluintes e grandes protagonistas no momento, Mas a história deles não pode ser isolada da história da comunidade universitária que permitiu que eles aqui estivessem. Finalmente, a sociedade brasileira está presente, representada pelos amigos e familiares, sociedade que recebe novos profissionais para o seu contínuo progresso. Encerrando essa cerimônia eu tenho por dever de ofício me dirigir a esses três públicos.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Estudo de População: Os alunos de Graduação da UFCG

Abaixo segue a introdução de um texto de análise dos dados sobre a população dos alunos de graduação da UFCG no período ENEM/SiSU. Você pode acessar a versão completa da análise, com as análises e resultados.

A análise não representa uma posição institucional, é o trabalho individual do autor.

Os dados foram obtidos de relatórios disponíveis do banco de dados do controle acadêmico e analisados com o auxílio do software R.

 

População dos alunos de Graduação da UFCG

Foco no Desempenho do Ingresso e no Desempenho Acadêmico durante o Curso.

Introdução

A Educação Superior Brasileira tem passado por diversas mudanças a partir do século XXI, muitas ocorrendo simultaneamente, alinhadas ou não com as tendências da Educação Superior Mundial. Algumas dessas pressões são apenas contingenciais, contudo, não há dúvida de que essas pressões também tem elementos de longo prazo, para as quais estão envolvidos planejamentos efetivos e esperanças. Compreender como a comunidade acadêmica está respondendo a essas pressões é de vital importância para conseguir gerir a Educação Superior Brasileira. Não se pode imaginar que a análise de possíveis intervenções do ponto de vista de gestão e governança de sistemas tão complexos como estabelecimentos de Ensino Superior possa ser feito exclusivamente a base de preconceitos, misticismos e boa vontade.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Avaliação do PIBID

 
 
Alguns comentários do Ex-ministro Renato Janine Ribeiro e do atual ministro Aloysio Mercadante tem causado grande preocupação acerca do investimento em algumas políticas educacionais bem sucedidas. Sobre esse assunto é importante que façamos algumas pontuações.

A afirmação mais preocupante diz respeito a uma avaliação do PIBID, que alegadamente não estaria cumprindo seu propósito inicial e portanto deveria ser revisto. A base de sustentação dessa alegação é a informação de que 18% dos bolsistas PIBID, de fato, vão trabalhar nas escolas da Educação Básica.

Evidentemente, as políticas públicas devem ser continuamente avaliadas para que os recursos sejam utilizados da forma mais eficiente possível. Contudo é necessário que se definam critérios para a avaliação das políticas que tenham relação com os seus objetivos.

Os objetivos oficiais do programa PIBID são os seguintes:

  1. Incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica;
  2. contribuir para a valorização do magistério;
  3. elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica;
  4. inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;
  5. incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seus professores como coformadores dos futuros docentes e tornando-as protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; e
  6. contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura.
Toda a comunidade acadêmica concorda que todos os seis objetivos acima são muito emblemáticos da ação do PIBID, existe uma ampla literatura já demonstrando como as experiências do PIBID tem contribuido de uma maneira sistemática e diferenciada, alicerçando o desenvolvimento das licenciaturas. Esse programa, como importante captador de recursos, tem cooperado para a valorização das licenciaturas como cursos que dialogam com a Administração das Universidades, tem criado espaços de discussão curricular que valorizam simultaneamente Ensino Superior e Educação Básica, interagem com todas as outras iniciativas na Educação Básica, momentos em que especificamente o PIBID é chamado a contribuir, criando um eixo articulador da identidade das múltiplas e dispersas ações estaduais e federais que não dialogam entre si.

É necessária a avaliação do PIBID e todos esperamos que ela seja bem feita. Mas a publicação de um único índice, sem publicização dos critérios para sua obtenção, presta um desserviço a sociedade brasileira e talvez aponte o Brasil na direção das piores políticas, principalmente, da tão comum política de construir e desconstruir sem a garantia de continuidade das boas práticas.

O índice divulgado tem uma ligeira relação com um único item do objetivo do PIBID. Incentivar a formação de docentes para a Educação Básica o PIBID faz, garantir que esses profissionais atuem na educação básica não é mais tarefa nem do PIBID nem da Universidade.

Analisemos alguns argumentos:
  1. A efetiva incorporação dos profissionais no mercado, depende de elementos do mercado, bastante fora da capacidade de interferência da Universidade. O baixo índice de bacharéis em direito que atua  como operador do direito ou o baixo número de engenheiros atuando não causa espanto e não faz pressão para que fechemos cursos, porque estão sendo subutilizados.
  2. Precisamos de profissionais de educação bem formados, e estamos cumprindo essa tarefa com a ajuda do PIBID, mas compete aos governos federais e estaduais tornar a carreira competitiva, em cumprimento ao Plano Nacional de Educação.
  3. Considerar que um licenciado fazendo mestrado está em um suposto "desvio de função", um número negativo para se mostrar é nada mais do que a ótica do mais horrível atraso, da desvalorização máxima da carreira da educação básica, a mesma que o PIBID busca combater.
  4. Dos alunos matrículados na Educação superior brasileira, 18,8% são matriculados em licenciatura. Desse conjunto se formam, por ano, perto de 15%. O índice de formação das licenciaturas é baixo devido a evasão e retenção, foi realizada a analisa comparativa entre os alunos do PIBID e os alunos das licenciaturas sem o PIBID? Essa não é uma análise simples de ser realizada, embora o MEC tenha recursos para ese estudo, muito mais útil do que um cruzamento de dados com a plataforma Freire.
  5. O PIBID atinge 90.000 alunos licenciandos, isso representa 6% do total de alunos matriculados. Não é ainda possível extrair os resultados de um universo desse tamanho de um conjunto tão multifatorial para afirmar com o rigor da estatística que as licenciaturas melhoram fortemente de qualidade após a implantação do programa. Mas a literatura existente aponta nessa direção ao analisar cada programa no âmbito de sua IES.
  6. O recurso com Educação Básica executado pela CAPES, compreendendo PIBID, PARFOR, PRODOCÊNCIA, LIFE e demais, representa 29,4% dos recursos do órgão, ou seja, 1,2% dos recursos do MEC, ou ainda, 0,048% dos recursos do governo federal. Esses recursos são dispendidos, majoritariamente nas Universidades, nas licenciaturas, representando um investimento de cerca de R$511,00 por aluno de licenciatura.
Espero que a comunidade do PIBID tenha serenidade para dialogar e conseguir mostrar os enormes avanços do programa para os novos gestores, espero que os novos gestores tenham a sensatez de observar os fatos e a maneira de avaliar uma realidade sem procurar um índice que justifique uma ideia já preconcebida.

Lamento, essa informação era conhecida antes de ter sido realizada ou publicada como querem os ex-ministros, o que é fundamentalmente equivocada é a sua interpretação, o que é fundamentalmente maldoso, é o uso que tem sido feito até agora.

Espero que possamos avançar nesse debate, no Congresso, no Ministério, na CAPES e na Andifes.

Luciano Barosi de Lemos
(Pró-Reitor de Ensino da UFCG, foi Coordenador Institucional do PIBID/UFCG de 2009 - 2013)

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

As mulheres cotistas na UFCG


 
Após todo processo vestibular eu me debruço na população de ingressantes e de alunos ativos de alunos da UFCG para procurar entender como é a dinâmica dessa população, de forma a procurar pensar na necessidade de ações específicas ou para compreender como deve ser a ação da Pró-Reitoria de Ensino no sentido de melhor atender ao público.

Também é importante podermos informar aos Coordenadores de Curso dados objetivos acerca dos alunos com quem eles trabalham e muitas vezes tem apenas informações baseadas em uma tradição não muito bem sistematizada.

Na maioria das vezes os resultados tem algum interesse estatístico, mas uma população tão diversa, sujeita a pressões tão distintas dos diferentes cursos, costuma mostrar resiliência e certa uniformidade em sua dinâmica. É claro que esse resultado, em si, já é bastante importante para o planejamento de políticas educacionais.

Completando 3 anos da lei de cotas resolvi fazer uma análise específica para essa população e obtive resultados muito peculiares que merecem, sem sombra de dúvida, uma investigação mais aprofundada. Não obstante, o preliminaríssimo resultado já merece ser compartilhado para que novas ideias surjam e a questão seja colocada "na boca do povo", por assim dizer.

Da população de ativos, ingressantes por SiSU, temos 1970 alunos cotistas. Um número discretamente maior de homens. São 3834 alunos que entraram, por vagas livres, igualmente, mais homens.

Alguns resultados saltam dos dados preliminares:
  1. Homens cotistas evadem mais do que mulheres cotistas
  2. Mulheres cotistas evadem menos do que mulheres que ingressaram por vagas livres.
  3. A média de ingresso das mulheres é menor em todas as cotas e nas vagas livres.
  4. Analisando por área de conhecimento, a média das mulheres é menor do que a dos homens em praticamente todas as áreas.
  5. O gap entre homens e mulheres é bastante sensível nas áreas de Ciências Biológicas e da Saúde e da área de Exatas e Tecnológicas.
Considerar que existe uma população de mulheres que demonstra grande adesão ao seu curso e inicia o curso com uma defasagem tão grande nas notas do ENEM suscita um pensamento sobre quais medidas podem ser tomadas para garantir a essa população a real equidade para o acesso ao Ensino Superior Público.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Balada do Pobre


Um dia acordei e não fui dar aula,
queria transformar o mundo!
noventa dias se passaram....
Hoje me chamam de vagabundo
e para os alunos a escola se fez jaula.

Os honoráveis membros da sociedade
desconhecem do movimento
e de sua causa.
apenas reconhecem o aluno
que enfrenta contrariedade.

Não muita. Só o suficiente para ser inoportuno
....................................................................................
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à favas com sua monografia,
é hora da revolução da sociedade!
noventa dias se passaram...
"vamos mudar o mundo" ele dizia,
com um certo toque de perversidade.

Os honoráveis membros da sociedade
desconhecem do movimento
e de sua causa.
apenas reconhecem um axioma,
sem diploma sou uma nulidade.
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...............................................................................

Sentamos juntos na sarjeta,
do Ministério, nem uma gorjeta!

(02 de Setembro de 2015)

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Discurso de Colação de Grau Medicina - CFP - 2015.2


Pronunciamento por ocasião da Colação de Grau do Curso de Medicina – CFP

28 de Agosto de 2015


Canto de onipotência (Augusto dos Anjos)

Cloto, Átropos, Tifon, Laquesis, Siva...
E acima deles, como um astro, a arder,
Na hiperculminação definitiva
O meu supremo e extraordinário Ser!

Em minha sobre-humana retentiva
Brilhavam, como a luz do amanhecer,
A perfeição virtual tornada viva
E o embrião do que podia acontecer!

Por antecipação divinatória,
Eu, projetado muito além da História,
Sentia dos fenômenos o fim.. .

A coisa em si movia-se aos meus brados
E os acontecimentos subjugados
Olhavam como escravos para mim!

Essa é a descrição da onipotência do poeta Augusto dos Anjos, que certamente empresta palavras para o sentimento daqueles que hoje coroam sua carreira acadêmica com a láurea de bacharéis.

O silêncio solene desse recinto não reflete suas atividades cerebrais, o silêncio ausente de silêncio de nossos corredores não faz jus a vossos méritos. Vocês não são os homens ocos, estão estufados de conhecimentos e prenhes de vontade, suas conquistas não devem terminar com um murmúrio, mas com uma explosão, para inverter a ordem do melancólico T. S. Eliott.

domingo, 7 de junho de 2015

Gnoseologia do conhecimento

 
O que realmente queremos dizer quando afirmamos que conhecemos alguém?

Parece razoável supor que conhecimento exige, no mínimo, a existência de dados da experiência.

No presente caso refutarei completamente a objetificação de uma pessoa, sujeito, de forma que podemos considerar esse problema uma instância da classe de problemas de bi-subjetivação. Aplicável a alguns verbos como amar, odiar, encontrar, conhecer, simpatizar...

Podemos dividir em duas essa classe,

domingo, 17 de maio de 2015

Sobre Como a Complacência da Sociedade com os Professores é Perniciosa

Eu sempre apreciei a arte de fazer títulos da idade média e essa é uma excelente oportunidade para fazer a referência.

Pretendo defender uma tese deveras polêmica e normalmente sou bastante prolixo, dessa forma vou poupar o leitor impaciente. Já apresentei publicamente uma versão simplificada dessa tese em alguns fori de discussão, aqui eu pretendo completar o raciocínio e qualificar o debate.

O professor não ganha mal, o professor ganha exatamente o que a sociedade acha que seu trabalho vale, a complacência com que a população em geral e a mídia em particular tratam os professores e os acontecimentos da vida que envolvam um professor deixa clara uma visão errônea e preconceituosa a respeito da profissão de educador, muitas vezes pela total incompreensão do que o ato de educar significa, pelas experiências negativas experienciadas e mais ainda pelas experiências parcialmente bem sucedidas. É o povo que foi exposto formalmente a processos educativos formais em escolas e universidades que consolida uma visão perniciosa ao negar ao professor a sua própria profissão, desprofissionalizando a educação formal, cobrindo-a de significados distorcidos e, principalmente, úteis para horizontes estreitos de uma classe média inculta, nefastos para a cidadania plena de um grupo de pessoas condenadas a um lugar subalterno na sociedade, intangível, não-declarado, subserviente. Os professores são coniventes e cúmplices desse processo. Se a educação exprime um de seus ideais com a construção de um cidadão autônomo, esse processo não pode ser levado a cabo sem um professor protagonista, ainda que de uma maneira especial e qualificada.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Crítica Gastrônomica - Campina Grande

Hoje minha esposa e eu fomos a um novo restaurante em Campina Grande. Os estabelecimentos dessa categoria na cidade são muito poucos, logo eu felicito todos os novos empreendimentos no ramo da gastronomia e faço questão de contribuir com o que posso. Até mesmo para alguns lugares nem tão bons assim.

Bem, como “presente à cidade em seu sesquicentenário” aparece um restaurante de notas italianas. Confesso não atinar qual possa ser a relação entre uma coisa e outra, mas o fato é que esse é o primeiro restaurante italiano na cidade e por isso, duplas, triplas vivas.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cardápio em Construção



Ainda trabalhando na harmonização.

Antipasto

Pão Rústico
Alichella
Manteiga Café de Paris
(Um início desconstraído com a nota de alici e alcaparras para crescer o apetite)

Insalata

Ratatoiulle Desconstruido com mix de cogumelos
(Berinjela, Abobrinhas, Cebolas montadas em fatias com tomates frescos, tempero rico de manjericão e os tradicionais pimentões servidos ao lado, vermelho e amarelo na forma de uma musseline para aqueles que tem problemas com o pimentão. Cogumelos, porque eles não podem faltar.)

Primo Piato

 Tortelloni de Mortadella e Ricota com molho de Açafrão
(Criação própria de sabor para um recheio bastante intenso para fazer sonhar com a Bologna)

Secondo Piato

Medalhão de Barriga de Porco com batatas ao murro
(piece de resistance substancioso, cozido e assado lentamente)

Dessert

Café Cristina
Tuille de Amendoas

Gateau de Chocolate em Creme Anglaise
(copinho de mousse amargo invertido servido imerso no tradicional cremê inglês, fechando os sabores da noite com a delicadeza da Baunilha)

domingo, 10 de maio de 2015

A Cerveja e a Greve


(*Cuidado: Esse texto pode conter elementos politicamente incorretos. Use com discrição!)


A figura acima representa o Market Share das cervejarias no Brasil. Embora eu não tenha achado uma imagem mais atual, os números são essencialmente os mesmos para o ano de 2015.

É bastante diferente do que vemos nas prateleiras dos supermercados ou nos cardápios de bares e restaurantes simplesmente porque poucas companhias controlam grande número de marcas, ou produtos. Existe uma óbvia desproporção entre toda a concorrência e a gigantesca Ambev. Não vamos nos preocupar com isso, vamos tomar um case study com uma das três pequenas.

A empresa Brasil Kirin tem um lucro bruto anual superior a R$ 1 Bilhão, equivalente ao orçamento das maiores Universidades Federais. Ela é dona de marcas populares como Schin, Nova Schin, Devassa, e marcas premium como Eisenbahn e Baden Baden.

Façamos um exercício mental e consideremos a cessação da prestação do serviço de entrega dessa empresa. Em outras palavras, imaginemos as consequências de uma greve. Certamente pode haver motivos vários para uma suposta greve, no momento sugiro que sigamos a ótica do cliente perante o fenômeno.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Sarah e a Lógica

Cena 1:
Estava com minha sobrinha na sala em um breve diálogo:
- Tio, você gosta de manga?
- Não, não gosto.
- Tio, você gosta de maracujá?
- Não, não gosto.
- Tio, você gosta de maça?
- Não, não gosto.
- Tio... você não gosta de fruta?

Ele perguntou exatos três exemplos antes de generalizar a sua descoberta, o mesmo número de fatos aleatórios que ele é capaz de lembrar em sua idade. Aplicou um princípio de indução e elaborou uma hipótese falseável.

Pessoas com o triplo da idade dela ou mesmo com 10 vezes a idade dela se comportam da mesma maneira, usualmente com três exemplos. (Apesar de pessoas adultas normais serem capazes de memorizar pelo menos 7 fatos aleatórios).

É uma hipótese de trabalho bastante boa, embora na verdade eu goste de algumas frutas em determinadas apresentações. O enunciado "você não gosta de frutas cruas" seria totalmente verdadeiro.

terça-feira, 10 de março de 2015

Cardápio Varandas Gourmet



Cogumelos Shitake recheados com pesto de Alici e salsinha, acompanhado de funcho grelhado
Jean Geiler, 2001 – Gewurztraminer –


Alho Poró e borsin em flor de massa filo com molho bernaise
– Vadio 2010 – Bairrada (Cercial, Bical) –


Salmão Confit com crisps de Mandioquinha
– Alta Vista Single Vineyard 2007 – Malbec –


Cheesecake de Framboesa
– Taylor´s Select Reserve – Porto –

Tuille de amêndoa e laranja, Sablés vienense
– Café espresso Santo Grão –



quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O mundo esta longe de ser Óbvio

O mundo está longe de ser óbvio. Mesmo sem suspeitar de estranhas conspirações de qualquer matiz ideológica, os nexos e causações cotidianas e históricas exigem um esforço bastante grande do observador e ainda mais do participante histórico. Fenômeno fácil de se observar na observação de perspectiva histórica propriamente, ainda que sejamos sempre tentados a analisar a história a luz dos conhecimentos inexistentes ou desorganizados à época analisada para concluirmos que o universo é estúpido e nós, gênios. Essa não é uma falha dos professores de História, ou de método... em verdade é mais uma vaidade nossa de espezinhar os idos que não mais podem se defender, brincando o presente de profetas do passado.

Obviedades não são trivialidades, ainda que sejam em si, no linguajar tão comum às ciências exatas, triviais. (Note o leitor que nada que é trivial em Física ou Matemática é uma trivialidade, mas seu exato oposto, sendo a pedra angular de conhecimentos que erguem uma catedral sobre si). O deslinde desses nossos hábitos tão caros de vaidade exige tenacidade e, mais do que tudo, perspectiva.