segunda-feira, 24 de setembro de 2012


Balada de Outubro

Num dia quente de outubro
Foi pelo ralo do esgoto
Algo que agora descubro
Estar há algum tempo roto.

Depois de um beijo na nuca
Ouço falar de um contrato,
Porém não me sai da cuca
O que ouvi: tanto maltrato!

Se quero resolver bem
A desfeita recebida
Tenho que calar também
E ouvi-la, atrevida.

Venham assim as lamúrias,
São todas minhas as penas,
Venham assim as penúrias,
Que cheguem ao fim as cenas.

Fico eu aqui na Campina
e você bem descansada,
Porém você não atina
Para a futura jornada.

Num dia quente de outubro
Foi pelo ralo do esgoto
Algo que agora descubro
Estar há algum tempo roto.


Num dia quente de outubro
Foi pelo ralo do esgoto
Insone agora me cubro
Neste manto de desgosto.

Queria enfim entender
O que quer esta menina
Que não sei satisfazer.
Será esta minha sina?

Será porque sou direita
E doutro lado ela é?
Vamos ver o que se ajeita
Na cabeça da mulher!

Ou pactuamos casamento,
Sem faltar muito respeito
Ou não terá pensamento
Que nos poderá dar jeito.

Num dia quente de outubro
Foi pelo ralo do esgoto
Algo que agora descubro
Estar há algum tempo roto.

Num dia quente de outubro
Foi pelo ralo do esgoto
Insone agora me cubro
Neste manto de desgosto.

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