Discurso na Colação de Grau de Campus de Pombal em 30 de Abril de 2014.
domingo, 4 de maio de 2014
Situação Cotidiana?
Vejo o mundo sempre de uma
maneira distante, longe de ser desinteressada, mas reservada. A expansão de vozes
e emoções me deixa sempre espantado. É essa maneira que não cultivo mas que
cultiva a mim e que costumo cabralinizar
chamando de palo seco.
Racionalizando todos os passos e todas as emoções sempre incorremos em interessantes incongruências surgidas exatamente das emoções que afloram a nossa própria revelia. Cumprimento cordialmente todas as pessoas, raramente altero minha voz e uma vez por século altero meu semblante. A despeito de todo esse esforço de aparência sou capaz de perceber o que se passa no mundo e até mesmo de me emocionar. Acostumado que estou com esse agir técnico, as vezes me espanto com a empatia, com a simpatia ou com a antipatia. Sou sensível, portanto, a qualquer pathos. Para encerrar, a minha busca firme é a de eutimia, da raiz grega thimós, ou seja, alma, vida ânimo e grande parte das minhas ações tem essa origem.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Ouça um Bom Conselho
O
Colegiado Pleno da Universidade Federal de Campina Grande, em 18 de Março de
2014, finalmente se fez ouvir! São muitos os objetivos desse texto, portanto o
seu principal já vai estampado na abertura: Congratulação à Comunidade
Acadêmico que se fez ouvir!
Parece
absurdo congratular uma instância colegiada da Universidade simplesmente por se
manifestar, a final de contas já temos 30 anos de redemocratização. Mas esse é um
absurdo aparente apenas para o observador incauto.
Já
no final de 2012 esse Colegiado Pleno, instância máxima da instituição, reunia-se
para debater quanto a adesão ou não da UFCG a EBSERH. Explicação sobre o
assunto podem ser encontradas em outros textos, não desejo aqui discutir o mérito
da questão.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
O Reitor que Mudou de Idéia
Esse texto pretende expor a
posição pessoal do autor com relação à adesão da UFCG à EBSERH. O contexto da
discussão compreende, principalmente, os eventos que ocorreram na reunião
cancelada do Colegiado Pleno no final de 2013, os textos publicados pelo
Magnífico Reitor da UFCG e pelo seu antecessor, postagens em redes sociais e
alguns artigos publicados no portal UFCG. O verdadeiro objetivo do texto é um
convite a razão e ao direito de livre pensamento.
O parágrafo acima tem 385
caracteres, mas acredito que ainda caiba na postagem de redes sociais antes do
“LEIA MAIS”. Dessa forma qualquer comentarista deverá certamente saber do que
se trata antes de comentar ou mesmo compartilhar. Precauções...
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Mesa Redonda: A Importância das Línguas para a Universidade
Nossos anfitriões seguramente colocam os debatedores
em uma situação difícil. A importância das línguas para a Universidade só pode
ser apropriadamente discutida a medida em que definimos Universidade e também
Línguas. Duas tarefas bastante elusivas.
Para balizar meu pensamento procurei primeiro pensar
naquilo para o qual as nenhuma Língua e tampouco nenhuma Universidade deve ser
importante. Veio à mente um poema de Yeats. Na época em que Yeats escreveu a
Universidade de Dublin já tinha 337, 5 anos antes da fundação de nossa primeira
Universidade, 15 anos após a morte de Saussure. Uma época de grandes mudanças
tanto para as Universidades quanto para o estudo das Letras, na alegoria de
Yeats aprendemos alguma lição:
sábado, 15 de fevereiro de 2014
O Medalhão Moderno na Cultura Digital
Em fabuloso conto de Machado de
Assis o pai de um personagem ensina ao filho o segredo do sucesso da vida em
sociedade. Com seu agudo senso de humor, Machado descreve o perfeito idiota
social, que jamais teria opinião própria, fugiria com horror da possibilidade
de uma ideia própria para apenas verter “senso comum”, manchetes sem polêmicas
de jornais de sociedade, incapaz de desagradar a quem quer que fosse. Esse
nobre ideal social foi chamado de “Medalhão”.
Machado de Assis utilizava de uma
ironia para lançar um pensamento sobre a cultura de salão prevalente a época.
Charles Dickens sugeriu que as crianças pobres deveriam ser comidas –
literalmente – pela classe rica, como forma de combate às péssimas situações de
vida das classes mais baixas da Inglaterra. No estilo delicioso de Dickens
existem muitos mais absurdos irônicos, que tinham por objetivo demonstrar
exatamente o contrário do que se escrevia.
A ironia hoje é de mau tom! No
discurso social é considerada uma agressão, anátema maior do que esbravejar ou
gritar palavras de ordem! A ironia fina e sutil da escola inglesa passa
simplesmente desapercebida, na maior das vezes, mas essa também, se denunciada
leva aos mesmos efeitos maléficos da ironia mais aberta.
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